sábado, 12 de junho de 2010

Islândia aprova casamento gay sem oposição


Parada gay na Islândia em 2009 reuniu até crianças para a festa colorida


Publicado em 11/06/2010 16h02

A Islândia aprovou na sexta (11) uma lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Diferente dos outros países que tomaram atitudes semelhantes, não houve nenhuma oposição política.
Com seus 320 mil habitantes a ilha que beira o Círculo Ártico é o primeiro país a ter um chefe de estado homossexual, a primeira-ministra Johanna Sigurdardottir, eleita em 2009.

O cientista político da Universidade da Islândia, Gunnar Helgi Kristinsson (que lugar para dar nomes difíceis!), disse à Reuters que “o casamento gay não é uma grande questão nas políticas nacionais, não teve controvérsia”.

A igreja protestante da Islândia ainda não se pronunciou sobre a decisão, mas a lei deixa claro que “ministros estão permitidos a realizar casamentos (gays), mas nunca serão obrigados”.

Países predominantemente protestantes do norte da Europa, como Suécia, Dinamarca e Noruega tradicionalmente são pouco preocupados com as opções sexuais e já permitem algum tipo de união civil entre pessoas do mesmo sexo.

Maioria é contra adoção por casal gay no Brasil

04/06/2010-08h09
por CLÁUDIA COLLUCCI

Quase dois meses após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) reconhecer que casais homossexuais têm o direito de adotar, 51% dos brasileiros dizem ser contra essa prática. Outros 39% são favoráveis à adoção por gays.

É o que revela pesquisa Datafolha realizada entre os dias 20 e 21 de maio com 2.660 entrevistados em todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

As mulheres são mais tolerantes à adoção por homossexuais que os homens: 44% contra 33%. Da mesma forma que os jovens em relação aos mais velhos: na faixa etária entre 16 e 24 anos, a prática é apoiada por 58%, enquanto que entre os que têm 60 anos ou mais, por apenas 19%.

"Já é um grande avanço. Na Idade Média, éramos queimados. Depois, tidos como criminosos e doentes. O fato de quase 40% da população apoiar a adoção gay é uma ótima notícia", diz Toni Reis, presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais).

Ele reconhece, porém, que o preconceito é ainda grande. "Serão necessárias muitas paradas e marchas para convencer a população de que somos cidadãos que merecemos o direito da paternidade e da maternidade."

A taxa de pessoas favoráveis à adoção por homossexuais cresce com a renda (49% entre os que recebem mais de dez salários mínimos contra 35% entre os que ganham até dois mínimos) e a escolaridade (50% entre os com nível superior e 28%, com ensino fundamental).

Para a advogada Maria Berenice Dias, desembargadora do Tribunal de Justiça do RS, a tendência é que a decisão do STJ sirva de jurisprudência em futuras ações e que isso, aos poucos, motive mais pessoas a aprovarem a adoção por homossexuais.

"A maioria da população brasileira ainda é conservadora, mas já foi pior."

Entre as religiões, os católicos são os mais "progressistas": 41% se declaram a favor da adoção por homossexuais e 47%, contrários. Entre os evangélicos pentecostais, a desaprovação alcança o maior índice: 71%, contra somente 22% favoráveis.

O padre Luiz Antônio Bento, assessor da comissão para vida e família da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), afirma que a adoção por homossexuais fere o direito de a criança crescer em um ambiente familiar, formado por pai e mãe, e isso pode trazer "problemas psicológicos à criança".

A psicóloga Ana Bahia Bock, professora da PUC de São Paulo, discorda. "A questão é cultural. Se a criança convive com pessoas que encaram com naturalidade [a sexualidade dos pais], ela atribui um significado positivo à experiência."

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/745396-maioria-e-contra-adocao-por-casal-gay-no-brasil.shtml

Primeiro casamento entre mulheres é realizado em Buenos Aires na Argentina

09/04/2010 - 14h27

A argentina Norma Castillo (esq.) e a uruguaia Ramona "Cachita" Arévalo namoravam há 30 anos

Duas mulheres, ambas de 67 anos, se casaram nesta sexta-feira (9) em um cartório em Buenos Aires, no primeiro casamento entre mulheres da Argentina.

A argentina Norma Castillo e a uruguaia Ramona "Cachita" Arévalo, que namoravam há 30, se casaram depois de conseguir uma autorização judicial concedida pela magistrada Elena Liberatori.

As duas são ativistas do coletivo 100% Diversidade e Direitos e Norma é titular do Centro de Aposentados Porta Aberta à Diversidade, organizações que fazem parte da Federação Argentina de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais, cujos porta-vozes confirmaram à Agência Efe a celebração da união.

Este é o terceiro casamento entre pessoa do mesmo sexo realizado na Argentina e o primeiro entre duas mulheres.

Juízes do Rio Grande do Sul tomam decisão inédita contra a homofobia e a adoção por casais LGBT

A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) enviou ofício para a AJURIS cumprimentando os juízes do Rio Grande do Sul pela autorização da adoção de duas crianças por um casal homossexual. A sentença proferida na Comarca de Bagé foi confirmada pelo Tribunal de Justiça (TJRS) e mantida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no final de abril.

“A decisão representa um passo significativo na promoção dos preceitos constitucionais da não discriminação e da igualdade de direitos, no que diz respeito à população de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais”, declarou a Associação no documento. Para a ABGLT, a expectativa é de que o Legislativo possa seguir o exemplo do Judiciário garantindo aos casais homossexuais os mesmos direitos que têm os heterosexuais.

A ABGLT é uma rede nacional que congrega 237 organizações homossexuais de todo o Brasil em busca da promoção e defesa dos direitos dessa parcela da sociedade. A associação, fundada há 15 anos, tem ainda atuação internacional, com status consultivo junto ao Conselho Econômico e social da Organização das Nações Unidas (ONU).

Entenda o caso -
O pedido foi ajuizado na Comarca de Bagé. O juiz de Direito Marcos Danilo Edon Franco deferiu a adoção dos meninos – irmãos biológicos, na época com dois e meio e três e meio anos de idade – que haviam sido criados por uma das mulheres. O Ministério Público (MP) entrou com recurso e o caso veio para o TJRS, que confirmou a sentença ainda em 2006. Um novo recurso do MP fez com que o processo fosse encaminhado para o STJ, onde a decisão foi mais uma vez confirmada. Agora, por unanimidade, inclusive com parecer favorável do Ministério Público Federal.


Carolina Grigol
Comunicação Social AJURIS
(51) 3284.9107
carolina@ajuris.org.br



Fonte http://www.ajuris.org.br/website/content/ajuris/home/noticias.php?cdNoticia=651&idNoticia=GERAL

Pai biológico ganha direito de visitar filho de casal de lésbicas

10/12/2009 - 16h21

Publicidade da Associated Press da Folha Online

A Suprema Corte da Irlanda decidiu nesta quinta-feira que um homem gay que doou seu esperma para um casal de lésbicas deve ser autorizado a ver regularmente o seu filho --em parte porque a Constituição da Irlanda não reconhece que homossexuais formem uma unidade familiar válida.

A decisão foi a primeira do tipo na Irlanda, onde a homossexualidade era ilegal até 1993 e casais homossexuais não possuem muitos dos direitos garantidos ao aos casais heterossexuais casados legalmente. Críticos afirmam que o caso destaca como a Constituição de 1937 se choca com as normas europeias contemporâneas e falha em tratar do fato de que centenas de casais homossexuais na Irlanda têm filhos.

Na decisão unânime, os cinco juízes da autoridade máxima constitucional da Irlanda disseram que um tribunal inferior cometeu um erro ao tentar aplicar a Convenção Europeia dos Direitos Humanos em favor do casal de lésbicas. A Suprema Corte concluiu que quando as duas normas estão em conflito a Constituição irlandesa é superior à lei europeia de direitos humanos.

A juíza da Suprema Corte Susan Denham disse em sua sentença que o casal de lésbicas proporciona um lar amoroso e estável para o filho, mas que a Constituição define os pais como um homem e mulher casados, e os gays não têm permissão para se casar na Irlanda.

Ela disse que o direito irlandês identifica o doador de esperma como o pai, e ele, portanto, tinha direito a ter um relacionamento com seu filho.

"Há benefício para uma criança, em geral, ter relação com seu pai", escreveu Denham. "Estou convencida de que o douto juiz da Alta Corte deu peso insuficiente a esse fator".

Em abril de 2008, o juiz da Alta Corte de Justiça John Hedigan decidiu em favor do casal de lésbicas e negou o pedido do homem para ter direitos de visita ou tutela. O homem imediatamente recorreu.

Em sua decisão, Hedigan disse que direito irlandês não continha nada explícito sugerindo que duas mulheres e uma criança possuíssem "qualquer direito menor de ser reconhecidos como uma família de facto que uma família composta por um homem e uma mulher não casados entre si e uma criança".

Hedigan argumentou que o artigo 8º da carta europeia de direitos não discriminava entre heterossexuais e homossexuais na consagração do direito a uma vida familiar privada.

O homem de 42 anos, cuja identidade foi preservada durante dois anos de disputas jurídicas, foi ao julgamento desta quinta-feira e disse que estava contente com o veredicto.

O casal de lésbicas não compareceu.

A Suprema Corte pediu que as duas partes negociassem um acordo sobre quando o homem poderia começar a visitar o filho. A questão da concessão de direitos plenos de tutela ao homem foi enviada de volta para a Alta Corte.

O homem declarou que era amigo do casal de lésbicas e que havia concordado em doar o esperma a uma delas, na condição de que ele seria tratado como o "tio favorito" da família.

Mas após o nascimento, em 2006, a relação entre o casal e ele se deteriorou, chegando a um ponto de ruptura quando as duas mulheres decidiram se mudar para a Austrália com o menino.

O homem recorreu com sucesso à Justiça para impedi-las de sair da Irlanda antes de uma decisão sobre a custódia.

O Parlamento da Irlanda ainda precisa aprovar leis que regulem eficazmente as clínicas de fertilidade e definam regras para o conflito de direitos entre casais gays e doadores de esperma.

No início deste mês, o governo abriu um debate sobre uma lei de parceria civil, que, se aprovada, daria a casais homossexuais muitos direitos semelhantes aos dos casais casados, especialmente em relação à propriedade, herança e finanças. Mas o projeto não inclui o reconhecimento legal do direito de paternidade aos casais gays.

Com forte tradição católica, a Irlanda é ciosa de sua autonomia jurídica e administrativa em relação às leis europeias. O país rejeitou em referendo o Tratado de Lisboa, mas acabou aprovando-o em uma segunda votação neste ano, após receber a garantia reiterada de que o tratado não afetaria a sua neutralidade, a tributação e leis sobre o aborto.