quinta-feira, 16 de maio de 2013

Vem, vem, você também!

Para conseguir um atendimento conosco, é fácil!

É só ligar na Unesp de Assis, o número é (018) 3302-5905. Peça uma hora, deixe seus dados, e aguarde o retorno do CPPA. Depois, é só aparecer no dia marcado, demora em torno de 1 (uma) semana.
É rápido e simples, aberto a todos e qualquer um!

Olá a todos! Como muitos de nós, o blog estava de férias, mas volta com o retorno dos atendimentos, e esperamos que aqui possam encontrar notícias sobre o que tem acontecido no mundo da adoção, bem como dicas, e hoje mesmo deixarei o link de um vídeo pra baixar, e uma dica de atenção às famílias que fazem parte dessa vida, desse processo que é criar um filho que é posto a prova a todo momento, seja por eles mesmo, pelos pais, pela família externa, ou pela mídia, que é o caso de hoje.
Quem aqui acompanha novelas, inclusive vocês que, assim como eu, trabalham dia a dia na criação de Laços de Amor, vocês criando, adotando, lutando, e nós aqui ouvindo, atendendo, lutando.
Não é fácil se envolver. E quando já é difícil passar por cima de olhares alheios, laços sanguíneos, estresse infantil, escolar, pode ficar quase impossível se os nossos jornais, revistas ou novelas levarem para o lado oposto do que tentamos trabalhar. Se passamos semanas abrindo os olhos de vocês, pais, para seu filho, que é único como o seria qualquer um, e dos filhos, que sentem medo de perder outra família, vem uma cena, e aqui vou colocar em discussão a nova novela das 18h da Rede Globo, aquela Flor do Caribe, e tão inocente pode acabar com tanto esforço! Eles nem tem idéia.
Temos que ter em mente que o autor da trama tem suas próprias opiniões, que nem sempre refletem a realidade, por não estarem acostumados a ela, ou por deixarem o drama tomar conta dos diálogos. Por um ou por outro, ou outros ainda, é que mostro a vocês que não é bem assim.
A cena a qual me refiro foi ao ar na Sexta-feira, 19 de Abril, e mostra uma moça comentando casualmente sobre um fato. O fato é que o personagem Alberto cria o filho de outro homem, o ex de sua atual mulher, que estava fora do país, por motivos que não vem ao caso. Quando o tal do genitor volta à cidade, retoma o contato com o filho. Essa moça chega, depois, e fala por acaso como o pequeno é parecido com o moço que voltou, como é incrível, mesmo vivendo tantos anos separados, sem nunca terem se conhecido, que a genética não engana. A criança repete comportamentos, gestos, falas... segundo ela, o sangue fala mais alto.
Espera aí! Não é bem assim! Talvez um gesto, sim, mas os comportamentos agressivos tem mais a ver com a resposta do meio do que com alguma falha ilegítima escondida por trás da criação. Queremos que tenham em mente que isso ainda é refutado em inúmeras pesquisas, e que, se o gene não ajuda, a educação, o exemplo, o amor fazem milagres. A falta deles ocasionaria falta de caráter? Não sei, mas o ódio, a repulsa, a falta de acolhimento, o não pertencimento fazem pior que qualquer genitor mal intencionado.  Esses, sim, ativam nossa rebeldia, como pais “de sangue” tem filhos corruptos, e também não sabem explicar. Eles não tem outros pais a quem culpar. O filho é a Ovelha Negra, apenas. Agora, digam, quem pode trabalhar nisso melhor que nós mesmos? Quem pode mostrar aos filhos que não importa os genitores, o passado, o nascimento, mas o que eles vão fazer com isso? O segredo é uma faca de dois gumes; a compreensão, a paciência, nosso amor, não.

Link da novela, final da parte 2:
 http://www.g1novelas.net/2013/04/flor-do-caribe-sexta-feira-19-04-2013-capitulo-35.html
6’:10’’ até o fim, diálogo entre o vilão Alberto e sua assistente.

Isso sem contar essa nova novela das 19h, Sangue Bom... Aguardem notícias!
Voltaremos em breve com novidades, fiquem atentos e Sigam nosso feed de notícias, só precisa de uma conta do Google, quem tiver Blog pode se inscrever.
Nos vemos Amadxs!

quinta-feira, 14 de março de 2013

Carta aberta sobre o FECHAMENTO do NEPS



O NEPS (Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre as Sexualidades – CNPJ 04.126.402/0001-98), localizado à Rua Orozimbo Leão de Carvalho, 383, Assis/SP, vem a público oficializar o encerramento de suas atividades. Infelizmente, os atuais membros não podem mais assumir as responsabilidades de mobilização social e não há mais pessoas interessadas para quem possamos transferir as obrigações do voluntariado.

Nesse sentido, só nos resta lamentar pelo ocorrido. Porém, não é só de tristeza que fechamos esse ciclo, mas também de reconhecimento e alegria pelo tempo vivido. Foram 12 anos de muitas atividades, intensas e produtivas parcerias com Secretarias Municipais de Saúde, de Educação, do Trabalho, da Justiça, Universidades e outras ONGs (Organizações Não Governamentais). Temos orgulho dessa história construída com perseverança, comprometimento e dedicação. Aprendemos muito com o voluntariado, com a solidariedade premente em nossas mentes e corações.

A luta pelos Direitos Humanos de todas as pessoas dissidentes das normativas sociais é um trabalho intenso e vagaroso. Nossa luta contra o poder do sistema que nos inflige modos homogêneos de ser e estar no mundo é retaliante e exaustiva. Porém, saber que produzimos momentos e experiências nas quais muitas pessoas aprenderam a se valorizar, a buscar para si mesmas oportunidades e realizar escolhas que as inserissem socialmente, evitando sua exclusão e vitimização, compensou toda a dor e agravos que enfrentamos.

Compreendemos que atualmente a mobilização social das pessoas que vivem à margem dos arbitrários padrões sociais de sexualidade, de gênero, de beleza, de corporalidade, de saúde, de educação, dentre outros, não parece mais ocorrer a partir da reunião entre iguais para a afirmação de suas diferenças.
Em 12 anos, o NEPS não foi a única ONG que encerrou suas atividades. Muitas outras seguiram o mesmo caminho. Desde que a AIDS passou a ser uma doença “controlada” (o que nos alegra muito), findou-se também o estímulo político-sócio-cultural de mobilização para os cuidados de si. De algum modo, o movimento social caminhou para grandes “congregações” visíveis nas inúmeras Conferências Nacionais ocorridas em Brasília, o que acabou por transformar o agrupamento das minorias em espetáculos corporativos. O movimento social organizado acreditou que realizando propostas de políticas públicas dirigidas aos segmentos específicos que defendiam, consegueriam (sem saber como), que estas propostas fossem um dia concretizadas em Projetos de Lei, Medidas Provisórias, enfim, realidades. Nada disso ocorreu. Ao contrário, no Brasil, no que diz respeito às ONGs de defesa de pessoas vivendo com HIV-Aids, de pessoas LGBT, de mulheres, para citar algumas, ocorreu uma verdadeira desmobilização, um dispersamento, um enfraquecimento. O saldo social foi negativo, na medida em que, não foi possível reverter o paradigma de construção da cidadania. As pessoas entenderam que "cuidar de si” é o mesmo que ser egoista, não pensar no outro. A solidariedade sucumbiu ao narcisismo da pós-modernidade que valoriza o EU como substrato essencialista e natural da condição social, da cultura, da economia. O EU é, hoje, uma mercadoria, um bem de consumo, um produto rentável.
Diante disso, não nos resta outra saída senão fecharmos nossas portas e agradecermos a todas e todos que junto a nós acreditaram que seria possível transformarmos nossos “Eus” em “Nós”, que seria possível construirmos uma vida coletiva, de trocas, de garantia de direitos sociais igualitários. Sinceramente, acreditamos que em alguns muitos momentos conseguimos fazer isso e levaremos conosco a lembrança destes dias, pois só estas experiências alegres poderão nos dar força para continuar.

A vocês, nosso muito obrigado.
NEPS - Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre as Sexualidades.