terça-feira, 8 de novembro de 2011

Pelo Direito à Diferença.


ACESSO LIBERADO!

 
Não seja um soldado de um dos vários exércitos de pequenos funcionários da repressão, que, para entristecer sua própria vida, precisam entristecer a dos outros.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

II JORNADA DE ADOÇÃO!!!!!!!!! DIA 08 DE NOVEMBRO DE 2011 NA UNESP-ASSIS

O Cine-Debates sobre Adoção realizado hoje (20 de setembro de 
2011) foi muito enriquecedor para todos que participaram. Por isso, convidamos a todos a participarem de mais um evento de grande importância, para melhor compreendermos esse mundo da adoção. Esperamos todos vocês!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Grupo de Apoio à Adoção de São Paulo (GAASP)

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CANÇÃO DO EXÍLIO DA INFÂNCIA
Minha terra tem crianças
com histórias pra contar.
As crianças daqui se dividem
Entre os de cá e os de lá...

Nossas ruas têm mais meninos
carentes e maltratados.
Mas onde encontrar
o céu estrelado
da canção do passado?

Nuvens de fumaça embaçam
o anil do Brasil,
nas esquinas, nas praças,
o exílio de um olhar infantil...

Falta a luz do olhar materno
a brilhar na infância terna
pois criança na minha terra
é menor abandonado,
em vez do brinquedo sonhado
tem o canivete empinado
cortando a história do era uma vez,
borrando de vermelho o verde-amarelo,
o azul estrelado do lar paterno...

Os meninos da rua de cá
têm como prazeres e primores
a fome, o abandono e as dores,
enrolada em cobertores,
a substituir as flores e os amores!

E, assim, o Brasil dos sem teto
conta a história da criança sem vez,
descolorindo a bandeira da infância,
a casa da dinda, o era uma vez...

E do Brasil dos de lá
que história tem prá contar?

No lar dos privilegiados
tem muito cimento armado,
tem até espaço reservado
pra criança brincar
de correr a infância,
pra criança cansar
a esperança do Ser criança...

Neste espaço gradeado
tem jardim suspenso decorado
com plantas, flores cercadas
e placa plantada pintada
ostentando o comunicado:
'É proibido pisar!'
Tem brinquedo montado
pra criança rodar...
E, assim, rodando
a rotina da criança
na retina, na lembrança,
o tempo passa acelerado
sem dar tempo pra criança
construir a sua infância...

Mas será que a minha terra
ainda tem criança
vivendo a liberdade da infância?
Mas onde encontrar
a bonequinha de pano,
o cavalinho de pau
a galopar na imaginação
da criança criativa no quintal?

Estão bem amarrados
no fio do era uma vez,
contando a história
de um tempo que fez
da inventividade da criança
o motor natural
na construção da infância.

E os brinquedos sonhados
do Brasil dos de lá
ainda dão prazeres e amores
à infância televisionada
dos baixinhos consumidores?

O progresso chegou,
um novo tempo inaugurou...
Agora, é a infância da imagem,
não mais da imaginação,
é só ligar o fio da televisão
cortando o fio da invenção.
E...plim...plim...
A criança sentada
assiste parada
ao espetáculo de sua anulação.
Pois criança na minha terra
ao invés da liberdade no coração
é marcada com um X, sem opção,
repete empre a mesma canção,
repete getos, marcações,
consome, não constrói nada,
é driblada, manipulada,
por aqueles que investem na infância
sem pensar no Ser criança.

Do livro 'Paisagens da Infância', Fátima Miguez, Editora Zeus, Rio de Janeiro/2003, págs 6,7 e 8.

Grupo de Apoio à Adoção de São Paulo (GAASP)

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DUAS MÃES PARA UMA VIDA
Era uma vez duas mulheres que nunca se encontraram.
De uma não te lembras; a outra é aquela que tu chamas Mãe.
Duas vidas diferentes na procura de realizar uma só: a tua.
Uma foi a tua boa estrela, a outra o teu sol.
A primeira te deu a vida, a outra te ensinou a viver.
A primeira criou em ti a necessidade do Amor, a segunda te deu esse Amor.
Uma te deu as raízes, a outra te ofereceu teu nome.
A primeira te transmitiu teus dons, a segunda te deu uma razão para viver.
Uma fez nascer em ti a emoção, a outra acalmou tuas angústias.
A primeira recebeu teu primeiro sorriso, a outra secou as tuas lágrimas.
Uma te ofereceu em adoção, era tudo o que ela podia fazer por ti.
A outra rezou para ter uma criança e Deus a encaminhou em tua direção.
E agora, quando chorando, tu me colocas a eterna questão:
herança natural ou educação?
de quem eu sou fruto?
Nem de um nem de outro, minha criança... Simplesmente, de duas formas diferentes de Amor.

Autor Desconhecido

Grupo de Apoio à Adoção de São Paulo (GAASP)

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OLHA FILHA...
Olha filha,
Eu sei que não foi em mim
Que plantaram tuas raízes, eu sei...
Eu não acredito em cegonhas,
Mas também não acredito em acasos,
Porque eu te quis e te esperei...
Eu acredito é em encontros.
Eu acredito é num fugaz momento,
Quando nossos olhos se encontraram,
E você renasceu.
E se não fui o solo onde germinastes,
Sou o chão onde crescerás.
E um dia filha, quando partires...
Alçares vôo pela tua estrada...
Talvez então tu tenhas certeza,
Desse lugar onde, nas tempestades,
Tu poderás sempre pousar,
Abastecer e tornar a voar.
 

Grupo de Apoio à Adoção de São Paulo (GAASP)

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O DIREITO DAS CRIANÇAS
Toda criança do mundo
Deve ser bem protegida
Contra os rigores do tempo
Contra os rigores da vida.

Criança tem que ter nome
Criança tem que ter lar,
Ter saúde e não ter fome,
Ter segurança e estudar.

Não é questão de querer,
Nem questão de concordar.
Os direitos das crianças
Todos têm de respeitar.

Tem direito à atenção
Direito de não ter medos
Direito a livros e a pão
Direito de ter brinquedos.

Mas criança também tem
O direito de sorrir.
Correr na beira do mar,
Ter lápis de colorir...

Ver uma estrela cadente,
Filme que tenha robô,
Ganhar um lindo presente,
Ouvir histórias do avô.

Descer do escorregador,
Fazer bolha de sabão,
Sorvete, se faz calor,
Brincar de adivinhação.

Morango com chantilly,
Ver mágico de cartola,
O canto do bem-te-vi,
Bola, bola,bola, bola!

Lamber fundo da panela
Ser tratada com afeição
Ser alegre e tagarela
Poder também dizer não!

Carrinho, jogos, bonecas,
Montar um jogo de armar,
Amarelinha, petecas,
E uma corda de pular.

Um passeio de canoa,
Pão lambuzado de mel,
Ficar um pouquinho à toa...
Contar estrelas no céu...

Ficar lendo revistinha,
Um amigo inteligente,
Pipa na ponta da linha,
Um bom dum cachorro-quente.

Festejar o Aniversário,
Com bala, bolo e balão!
Brincar com muitos amigos,
Dar pulos no colchão.

Livros com muita figura,
Fazer viagem de trem,
Um pouquinho de aventura...
Alguém para querer bem...

Festinha de São João,
Com fogueira e com bombinha,
Pé-de-moleque e rojão,
Com quadrilha e bandeirinha.

Andar debaixo da chuva,
Ouvir música e dançar.
Ver carreiro de saúva,
Sentir o cheiro do mar.

Pisar descalça no barro,
Comer frutas no pomar,
Ver casa de joão-de-barro,
Noite de muito luar.

Ter tempo pra fazer nada,
Ter quem penteie os cabelos,
Ficar um tempo calada...
Falar pelos cotovelos.

E quando a noite chegar,
Um bom banho, bem quentinho,
Sensação de bem-estar...
De preferência um colinho.

Embora eu não seja rei,
Decreto, neste país,
Que toda, toda criança
Tem direito de ser feliz!

E quando a noite chegar,
Um bom banho, bem quentinho,
Sensação de bem-estar...
De preferência um colinho.

Uma caminha macia,
Uma canção de ninar,
Uma história bem bonita,
Então, dormir e sonhar...

Embora eu não seja rei,
Decreto, neste país,
Que toda, toda criança
Tem direito a ser feliz!
Ruth Rocha

Grupo de Apoio à Adoção de São Paulo (GAASP)

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ADOÇÃO UM DESTINO EM SUAS MÃOS
Por traz de paredes belas,
Por entre grades e pequenas vielas
Vemos rostos...
Faces singelas.
Esperando o amanhã ao lado de uma família bela
Em meio a muitas crianças, sempre haverá aquela
Que faz a diferença, independente de
raça, classe ou crença!
Correndo atraz do tempo perdido
Pagando por um pecado que não cometem,
Tentando achar no tempo
Apenas o que por direito e seu.
Que a pátria mãe gentil,
Olhe por esta pequena gente, que perdidas pelas
Ruas ou em abrigos buscam apenas um lar,
Uma vida digna e descente.
Que as mães deste Brasil
Tenham amor a estas crianças
Pois apesar de sofrerem tanto, em seus
corações ainda existe esperança.
A adoção não um simples ato de caridade
Exercer, e sim o destino de muitas
Vidas que só dependem de você.
Jennifer da Silva
Outubro/2006

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ciclo de Cine Debates sobre Adoção


O projeto
Laços de Amor: adoção, gênero, cidadania e direitos
convida a todas e todos para a mostra de filmes temáticos sobre infância, família, adoção, e outros tantos temas que dizem respeito à sociedade e dignidade humana. Venha participar. 
É gratuito!


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Grupo de Apoio à Adoção de São Paulo (GAASP)




 
 
Somos um Grupo de voluntários criado para ORIENTAR, TRANSMITIR informações sobre o PROCESSO ADOTIVO e DISCUTIR temas relacionados à espera, à adoção propriamente dita e ao período pós adotivo.
O dicionário nos ensina que "apoiar" significa amparar, prestar auxílio mútuo, fundamentar-se, defender, sustentar-se e ,O GAASP existe justamente para isso.
Participar de um Grupo de Apoio à Adoção significa ter acompanhamento por todo esse difícil percurso que é preciso percorrer ao desejarmos adotar um filho.
Ter apoio, poder trocar idéias, ter informações é fundamental antes da adoção propriamente dita, quando estamos amadurecendo a idéia, ainda cheios de dúvidas, incertezas e medos.
Durante o processo, conseguir controlar a ansiedade da espera, é tarefa que fica facilitada se temos parceiros com quem compartilhar, pessoas que já passaram pelas mesmas angústias e aflições e que encontraram suas soluções e encaminhamentos para as mesmas.
Adotar com tranqüilidade inclui um processo de amadurecimento para que estejamos preparados para a chegada de nosso filho.
Após sua chegada, as dúvidas serão outras, questões concretas se farão presentes e demandarão entendimento e solução. Nesta ocasião, mais uma vez o GAASP estará com você, e contará com você que já tendo percorrido uma parte do caminho terá muito para oferecer a quem começa a trilhá-lo. Você também poderá ajudar com suas experiências, alegrias, dificuldades, soluções que encontrou!
É assim que o GAASP funciona:,por meio da ajuda, apoio e informação mútuos, fazendo amigos e fazendo da adoção uma forma de constituir uma família livre de preconceitos e mitos que só fazem prejudicar a quem adota e a quem é adotado.
Além dos pretendentes à adoção, também abrimos espaço para quem de algum modo se interessa pelos temas referentes à família e à convivência familiar. Criar filhos adotivos ou biológicos envolve questões que acontecem na vida de qualquer família e por esta razão estamos abertos à recepção de TODAS as famílias.
Esperamos nas nossas reuniões, também pelo seu filho, seja adotivo ou não, para que possa participar de nossas brincadeiras e conviver com as demais crianças que acompanham seus pais em nossas reuniões. Afinal todo o filho precisa ser participado e participar da chegada de um irmão ou irmã!
Esperamos poder, por meio de nosso trabalho, contribuir para que um dia as crianças institucionalizadas não permaneçam longe do calor de uma família por muito tempo e que TODAS tenham respeitado e atendido, o seu direito de viver em uma família.

Reuniões

Reunimos-nos uma vez por mês, no primeiro domingo ou caso seja perto de feriado ou feriado é automaticamente transferido para o próximo, onde a primeira hora é utilizada para a recepção daqueles pais ou pretendentes que estão comparecendo às reuniões pela primeira vez para um atendimento mais personalizado onde preenchem nossa ficha de cadastro, tiram suas dúvidas e recebem uma carta explicativa sobre o GAASP. Nas duas horas subseqüentes é realizada a reunião onde um tema é elaborado e debatido entre os participantes. A seguir realizamos uma confraternização onde os participantes aproveitam para tirarem dúvidas ou trocarem experiências.
Juntem-se a nós e sejam muito bem vindos!!!

Certificados

19 Certificado Municipal de Entidade Assistencial - Inscrição nr 1514/2009 COMAS/SP
19 Registro no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente da Prefeitura do Município de São Paulo, sob o nr. CMDCA/1596/10
19 Registro na Secretaria Estadual de Assistencia e Desenvolvimento Social do Governo do Estado de São Paulo sob o nr. SEADS/OS 7476/201

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A silenciosa adoção à brasileira 

Publicada em 10/06/2011 às 16h53m 

Paulo A.S. Mourão* e Paulo C. C. Campos** 


No dia 25 de maio foi comemorado o Dia Nacional da Adoção e o governo federal lançou uma tímida campanha de estímulo à adoção, especialmente as tardias. Os dois eventos passaram despercebidos pela imprensa, mas deveriam se constituir numa oportunidade para uma discussão mais aprofundada. A adoção deve ser abordada como parte de políticas públicas voltadas para a infância e a juventude, e não apenas como um ato caritativo individual.
A adoção traduz um rito de passagem. Da decisão de separação do menor, de sua família biológica, à inserção na família adotiva, o tempo precisa ser gerenciado com prudência. O retardo traz consequências negativas sobre o futuro desenvolvimento do menor. Maiores serão os impactos dos maus tratos e do abandono, e também as dificuldades adaptativas ao futuro lar.
No passado, e ainda hoje, ocorrem adoções paralelas ao sistema legal, muitas delas envolvendo espúrias trocas financeiras. São as chamadas adoções à brasileira.
A Organização Mundial de Saúde estima que há 8 milhões de crianças abandonadas no Brasil, porém, apenas 10 mil disponíveis para adoção legal. Paralelamente, dados recentes divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) registram 86.696 menores infratores.
A Inglaterra possuía cerca de 20 mil adoções por ano na década de 70. Esse número caiu drasticamente para 2.500 adoções nos anos recentes. Tal redução é atribuída principalmente à política de prevenção e interrupção das gravidezes indesejáveis e ao menor preconceito em relação às famílias monoparentais. Essas informações são discutidas no site do serviço social inglês e mostram a inserção das adoções nas políticas sociais publicas.
No Rio Grande do Sul, o único estado que disponibiliza dados pelo site de seu Tribunal de Justiça, há registro de aproximadamente 700 adoções anuais. Considerando a relação proporcional com as respectivas populações, o Rio Grande do Sul possui um número de adoções semelhante ao da Inglaterra no período pós-legalização do aborto. Contudo com uma diferença fundamental: lá, as adoções são cada vez mais precoces e as daqui mais tardias. Em 1999, 39% das adoções na Inglaterra eram de crianças com até 4 anos. Dez anos depois, esse número aumentou para 60%. No caminho inverso, em 2003, 69% das adoções no Rio Grande do Sul eram de crianças com até 4 anos; em 2009 esse número caiu para 51%.
Paradoxal é a análise dos dados quando comparamos a demanda de pretendentes com as faixas etárias dos menores disponíveis para adoção no Brasil. O TJ-RS aponta que há 770 menores disponíveis para adoção e 5.299 pretendentes. Porém, 62% dos menores têm mais do que 10 anos e um número muito reduzido de pretendentes cogita adotar crianças dessa faixa etária (menos que 0,5%). Números muito parecidos aparecem no Cadastro Nacional de Adoção. Existem 4.743 menores aptos para adoção, 62% deles
com mais do que 9 anos de idade. Dos 28.346 candidatos a adotantes, menos que 0,5% aceitam menores nessa faixa etária. Os números não se adotam, as crianças envelheceram nos abrigos.
A simples análise quantitativa é suficiente para se deduzir que temos poucas adoções no Brasil e que os menores são colocados tardiamente para a adoção legal. Os Estados Unidos registram cerca de 120 mil adoções ao ano. Apenas o estado do Texas, com o dobro da população do Rio Grande do Sul, possui 10 vezes mais adoções (7 mil por ano). Um número próximo das adoções que se estima ocorrerem para todo o território nacional. O estado do Alasca tem aproximadamente o mesmo número de adoções do Rio Grande do Sul, apesar de a população ser 15 vezes menor.
Os dados do Cadastro Nacional de Adoção mostram que, entre os 10 estados mais populosos do Brasil, o número de menores disponibilizados para adoção por milhão de habitantes, se distribui da seguinte forma: Maranhão: 1,1; Bahia: 4,5; Pará: 6,6; Ceará: 14,3; Rio: 14,4; Minas Gerais: 20,1; Pernambuco: 24,5; São Paulo: 34,6; Paraná: 47,8; Rio Grande do Sul: 75,4. As regiões mais ricas possuem um maior número de menores disponibilizados para adoção em proporção às suas populações.
Basta conversar com pessoas que interagem com o sistema de adoção brasileiro para encontrar relatos estarrecedores, à semelhança da nossa própria experiência. O processo de separação do menor da sua família biológica se estendeu por dois anos, com sucessivos estudos sociais e adiamento da decisão. Finalmente o menor fugiu de casa, criando uma situação de fato, que levou a sua colocação num abrigo. Nós o conhecemos e recebemos sua guarda, em 2007, na cidade de Coronel Fabriciano, MG, com a idade de 11 anos.
O processo atualmente está em análise pelo TJ-MG, depois de inusitada decisão da juíza daquela comarca: deferiu a adoção, mas manteve os vínculos com a mãe biológica. Instaurou uma nova interpretação da lei, legitimando a adoção parcial. Não sabemos quando o processo irá se concluir, mas, em dois anos o menor completa 18 anos e se emancipa de sua família biológica. Terá sido mais rápido do que o sistema judicial e trilhará os caminhos da sua própria adoção.
Uma das facetas dissimuladas do preconceito é o entrave às adoções por gays, lésbicas e famílias homoafetivas. Seu índice foi sentido pela reação de setores conservadores perante a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) ao reconhecer os direitos civis das relações homoafetivas. Os dados do TJ-RS mostram que os homens solteiros constituem o grupo social mais efetivo das adoções: 0,26% dos pretendentes a adoção e 3,78% dos que efetivamente adotam. Provavelmente porque aceitam as adoções tardias. Entretanto, para o conservador é melhor deixar o menor abandonado a lhe assegurar uma família homoafetiva. Cruel condenação fundamentada no preconceito.
Essas observações ajudam-nos a analisar os porquês das reduzidas adoções no Brasil. A verdadeira face da adoção à brasileira é aquela que tem a tez legal: lenta, cega para as novas formações familiares, constrangedora para os adotantes e extremamente tardia para os adotados.
*Médico, professor titular da UFRJ, pesquisador do CNPq e membro da Academia Brasileira de Ciências; **médico do Hospital Federal da Lagoa (Rio)
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/mat/2011/06/10/a-silenciosa-adocao-brasileira-924659592.asp#ixzz1Oyx2Z0Hb © 1996 - 2011. Todos os direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Quinta-feira, Junho 30, 2011

CONTARDO CALLIGARIS - Passeatas diferentes

Passeatas diferentes 
CONTARDO CALLIGARIS
FOLHA DE SÃO PAULO -30/06/11 

Por que alguém desfila para pedir não liberdade para si mesmo, mas repressão para os outros?

DOMINGO PASSADO, em São Paulo, foi o dia da Parada Gay.
Alguns criticam o caráter carnavalesco e caricatural do evento. Alexandre Vidal Porto, em artigo na Folha do próprio domingo, escreveu que, na luta pela aceitação pública, "é mais estratégico exibir a semelhança" do que as diferenças, pois a conduta e a aparência "ultrajantes" podem ter "efeito negativo" sobre o processo político que leva à igualdade dos homossexuais. Conclusão: "O papel da Parada é mostrar que os homossexuais são seres humanos comuns, que têm direito a proteção e respeito, como qualquer outro cidadão".

Entendo e discordo. Para ter proteção e respeito, nenhum cidadão deveria ser forçado a mostrar conformidade aos ideais estéticos, sexuais e religiosos dominantes. Se você precisa parecer "comum" para que seus direitos sejam respeitados, é que você está sendo discriminado: você não será estigmatizado, mas só à condição que você camufle sua diferença.

Importa, portanto, proteger os direitos dos que não são e não topam ser "comuns", aqueles cujos comportamentos "caricaturais" testam os limites da aceitação social.
Nos últimos anos, mundo afora, as Paradas Gays ganharam a adesão de milhões de heterossexuais porque elas são o protótipo da manifestação libertária: pessoas desfilando por sua própria liberdade, sem concessões estratégicas. É essa visão que atrai, suponho, as famílias que adotam a Parada Gay como programa de domingo. A "complicação" de ter que explicar às crianças a razão de homens se esfregarem meio pelados ou de mulheres se beijarem na boca é largamente compensada pela lição cívica: com o direito deles à diferença, o que está sendo reafirmado é o direito à diferença de cada um de nós.

O mesmo vale para a Marcha para Jesus, que foi na última quinta (23), também em São Paulo. Para muitos que desfilaram, imagino que a passeata por Jesus tenha sido um momento de afirmação positiva de seus valores e de seu estilo de vida -ou seja, um desfile para dizer a vontade de amar e seguir Cristo, inclusive de maneira caricatural, se assim alguém quiser.

Ora, segundo alguns líderes evangélicos, os manifestantes de quinta-feira não saíram à rua para celebrar sua própria liberdade, mas para criticar as recentes decisões pelas quais o STF reconheceu a união estável de casais homossexuais e autorizou as marchas pela liberação da maconha. Ou seja, segundo os líderes, a marcha não foi por Jesus, mas contra homossexuais e libertários.

Pois é, existem três categorias de manifestações: 1) as mais generosas, que pedem liberdade para todos e sobretudo para os que, mesmo distantes e diferentes de nós, estão sendo oprimidos; 2) aquelas em que as pessoas pedem liberdade para si mesmas; 3) aquelas em que as pessoas pedem repressão para os outros.
O que faz que alguém desfile pelas ruas para pedir não liberdade para si mesmo, mas repressão para os outros?

O entendimento trivial desse comportamento é o seguinte: em regra, para combater um desejo meu e para não admitir que ele é meu, eu passo a reprimi-lo nos outros.
Seria simplório concluir que os que pedem repressão da homossexualidade sejam todos homossexuais enrustidos. A regra indica sobretudo a existência desta dinâmica geral: quanto menos eu me autorizo a desejar, tanto mais fico a fim de reprimir o desejo dos outros. Explico.

Digamos que eu seja namorado, corintiano, filho, pai, paulista, marxista e cristão; cada uma dessas identidades pode enriquecer minha vida, abrindo portas e janelas novas para o mundo, permitindo e autorizando sonhos e atos impensáveis sem ela. Mas é igualmente possível, embora menos alegre, abraçar qualquer identidade não pelo que ela permite, mas por tudo o que ela impede.

Exemplo: sou marido para melhor amar a mulher que escolhi ou sou marido para me impedir de olhar para outras? Não é apenas uma opção retórica: quem vai pelo segundo caminho se define e se realiza na repressão -de seu próprio desejo e, por consequência, do desejo dos outros. Para se forçar a ser monogâmico, ele pedirá apedrejamento para os adúlteros: reprimirá os outros, para ele mesmo se reprimir. No contexto social certo, ele será soldado de um dos vários exércitos de pequenos funcionários da repressão, que, para entristecer sua própria vida, precisam entristecer a nossa.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Vinte coisas que Filhos Adotados gostariam que seus Pais Adotivos soubessem.

Para conscientizar os pais adotivos sobre as necessidades especiais dos adotados, a autora aponta vinte complexas questões emocionais e lhes ensina a libertar os filhos de sentimentos de medo, abandono, raiva e vergonha. Em linguagem simples e direta, Eldridge analisa aspectos fundamentais da adoção com surpreendente franqueza e honestidade, trazendo preciosas orientações - Por que o adotado tem necessidades especiais; Quais são as necessidades especiais do adotado; O que é a adoção aos olhos da criança; O trauma que precede qualquer adoção; A importância de lamentar a perda dos pais biológicos; Como, quando e por quê falar sobre a família biológica do adotado; Os medos ocultos do adotado - ser abandonado de novo, ser uma pessoa muito difícil de lidar, deixar o pesar vir à tona como raiva dos pais adotivos; e muito mais.
GAAs PAULISTAS RENOVANDO A MILITÃNCIA ADOTIVA
BOLETIM III
Caros amigos da adoção.
Aqui estamos nós outra vez. Desta feita para apresentar, ou melhor, reapresentar o logo de nosso encontro. Reapresentar porque já é conhecido pelo menos por alguns de vocês. Optamos por repetir o logo do XIV ENAPA que sediamos na capital de nosso Estado de São Paulo, pois então, como agora, acreditamos que se São Paulo ainda não é uma Terra adotiva tal como gostaríamos que fosse, ela o é em sua essência e só depende de nosso empenho para realmente tornar-se uma das mais adotivas terras deste enorme Brasil.
Estamos novamente nos propondo a garantir um espaço aos GAAs para que não apenas exponham suas experiências e boas práticas, mas também suas dificuldades em realizá-las.
Precisamos que o reconhecimento que nos é dado no “ Plano Nacional de Promoção, Proteção e
Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária, divulgado pelo CONANDA se generalize e que possamos de fato ser vistos como protagonistas na luta efetiva e prática pelos direitos das crianças e adolescentes.
Temos uma grande responsabilidade e só demonstrando o que fazemos na prática, nos capacitando mutuamente, nos aprofundando no conhecimento de nosso afazer é que teremos cada vez mais o apoio necessário dos demais protagonistas da rede, bem como dos atores governamentais de quem depende nosso crescimento e estabilidade.

segunda-feira, 6 de junho de 2011




Fórum realiza curso preparatório para adoção; 15 casais já se inscreveram
Para se inscrever, o interessado deve procurar até o dia 06 de junho o setor técnico do judiciário ou ligar no telefone 3361 7911
 
Pessoas que tem interesse em adotar uma criança estão sendo convidadas para participarem do Curso Preparatório para Pretendentes à Adoção, que acontece na próxima sexta-feira (10). Segundo a assistente social do setor técnico do judiciário, Marina da Motta Bordin, esse curso é o primeiro passo para quem já pensou em adotar alguém.

"O pretendente, a pessoa que um dia se imagina adotando, se cadastrando pra adotar alguém, ela precisa primeiramente participar deste curso", explica a assistente social.

Após o curso, o candidato recebe um certificado que deverá ser exigido durante a efetivação do cadastro para adoção. O curso deverá ser realizado pelo menos duas vezes ao ano na Comarca de Paraguaçu Paulista.

"O objetivo é que nesse curso, o interessado tenha realmente a certeza e tire dúvida de como é o procedimento de adoção, então ele vai receber orientações na área jurídica, psicológica e social", ressalta.

Para se inscrever, o interessado deve procurar até segunda-feira (06) o setor técnico do judiciário ou ligar no telefone 3361 7911, falar com Marina, assistente social.

Marina da Motta Bordin esclareceu ainda que, a nova lei permite que pessoas solteiras ou até mesmo homossexuais façam parte do cadastro de adoção nacional.

Redação Paraguacity
http://www.paraguacity.com
 






Após primeiro casamento gay; Cartório esclarece o que mudou com a decisão do supremo
Apesar da divulgação, os novos direitos não garantem aos casais do mesmo sexo firmar o matrimônio em um cartório de registro civil
 
A decisão do Supremo Tribunal Federal garantiu a um casal homossexual de Paraguaçu Paulista pleitear o financiamento imobiliário junto a um banco.

A medida estendeu os direitos civis de casais heterossexuais aos casais homossexuais, fazendo com que a união homoafetiva seja reconhecida como uma entidade familiar e, portanto, regida pelas mesmas regras que se aplicam à união estável dos casais heterossexuais, conforme previsão do Código Civil

Em Paraguaçu, a primeira união homoafetiva foi realizada no último dia 26 de maio. "Esse casal que veio aqui, tem a intenção de adquirir um imóvel conjuntamente e vai pleitear junto ao banco um financiamento. Esse documento serve como respaldo dessa relação para que saia no nome dos dois o imóvel", lembra a tabeliã do Cartório de Notas e Protesto, Cássia Lacerda Mantovani.

Os dois homens já foram casados com mulheres e possuem filhos. Apesar da divulgação, os novos direitos não garantem aos casais do mesmo sexo firmar o matrimônio. Segundo a tabeliã do Cartório de Notas e Protesto, Cássia Lacerda Mantovani, alguns direitos já eram garantidos, o que houve foi a maior notoriedade dada a esses direitos.

"Esses direitos já eram previstos por extensão pela Constituição e pelas leis. O supremo só fez reconhecer e na verdade está com intenção de que o Congresso Nacional faça uma legislação específica para estas pessoas conseguirem um direito não só a uma união estável mas de conseguir um casamento", explica Cássia.

Confira o que muda com a decisão do STF:

Comunhão parcial de bens: Conforme o Código Civil, os parceiros em união homoafetiva, assim como aqueles de união estável, declaram-se em regime de comunhão parcial de bens

Pensão alimentícia: Assim como nos casos previstos para união estável no Código Civil, os companheiros ganham direito a pedir pensão em caso de separação judicial

Pensões do INSS: Hoje, o INSS já concede pensão por morte para os companheiros de pessoas falecidas, mas a atitude ganha maior respaldo jurídico com a decisão

Planos de saúde: As empresas de saúde em geral já aceitam parceiros como dependentes ou em planos familiares, mas agora, se houver negação, a Justiça pode ter posição mais rápida

Políticas públicas: Os casais homossexuais tendem a ter mais relevância como alvo de políticas públicas e comerciais, embora iniciativas nesse sentido já existam de maneira esparsa

Imposto de Renda: Por entendimento da Receita Federal, os gays já podem decalrar seus companheiros como dependentes, mas a decisão ganha maior respaldo Jurídico

Sucessão: Para fins sucessórios, os parceiros ganham os direitos de parceiros heterossexuais em união estável, mas podem incrementar previsões por contrato civil

Licença-gala: Alguns órgãos públicos já concediam licença de até 9 dias após a união de parceiros, mas a ação deve ser estendida para outros e até para algumas empresas privadas

Adoção: A lei atual não impede os homossexuais de adotarem, mas dá preferência a casais, logo, com o entendimento, a adoção para os casais homossexuais deve ser facilitada

Cássia ainda esclareceu que há um equívoco na divulgação da decisão do STF. Os novos direitos não garantem a declaração de casamento, portanto, o registro é realizado no Cartório de Notas e Protesto e não no Cartório de Registro Civil. "O casamento aos contrário ele gera os direitos no âmbito civil diferentes, como por exemplo a alteração do nome, adquirir o sobrenome do companheiro e muda o estado civil. E é realizado no Cartório de Registro Civil e não aqui no de Notas", explica.

Para requerer a declaração de União Estável o casal deve desembolsar o valor de R$ 267,92.

Redação Paraguacity
http://www.paraguacity.com

terça-feira, 31 de maio de 2011

XVI ENAPA - Encontro Nacional de Apoio à Adoção
No ano de 2011 acontecerá o XVI ENAPA, sediado pela cidade de Curitiba-PR,onde serão refletidos temas ligados à criança que necessita viver numa família substituta. O ENAPA – "Encontro Nacional de Apoio 'a Adoção" começou sua existência no dia 25 de maio de 1996, na cidade do Rio Claro-SP. Os Grupos de Apoio à Adoção (GAA) sentiam a necessidade de trocar experiências realizadas e se fortalecerem nas suas ações, passando a se encontrar.

terça-feira, 24 de maio de 2011

A Linha e o Linho, de Gilberto Gil.


É a sua vida que eu quero bordar na minha
Como se eu fosse o pano e você fosse a linha
E a agulha do real nas mãos da fantasia
Fosse bordando ponto a ponto nosso dia-a-dia
E fosse aparecendo aos poucos nosso amor
Os nossos sentimentos loucos, nosso amor
O zig-zag do tormento, as cores da alegria
A curva generosa da compreensão
Formando a pétala da rosa, da paixão
A sua vida o meu caminho, nosso amor
Você a linha e eu o linho, nosso amor
Nossa colcha de cama, nossa toalha de mesa
Reproduzidos no bordado
A casa, a estrada, a correnteza
O sol, a ave, a árvore, o ninho da beleza

domingo, 22 de maio de 2011

Comercial sobre Adoção Gay

Assistam o Filme "O Garoto de Liverpool"

John Lennon (Aaron Johnson) é um jovem que não aceita bem as regras impostas na escola e dentro de casa. Abandonado pela mãe quando tinha cinco anos, ele vive com seus tios George (David Threfall) e Mimi (Kristin Scott Thomas). Quando George morre, Lennon é obrigado a viver com Mimi, extremamente austera e sisuda. No funeral do tio ele vê sua mãe (Anne-Marie Duff), que se mantém afastada. Seu primo consegue o endereço dela, o que faz com que Lennon resolva visitá-la. O reencontro com o filho é a realização de um sonho para Julia, que passa cada vez mais seu tempo com ele. Animada e um tanto quanto inconsequente, ela apresenta ao filho o rock'n'roll. Logo, desperta nele a vontade de montar uma banda de rock.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Assistam o Filme "Prayers For Bobby"

Um filme lindo que nos faz refletir sobre os reais valores do ser humano. Um filme que realmente só tem a acrescentar as nossas vidas.
Mary (Sigourney Weaver) é uma religiosa que segue à risca todas as palavras da bíblia. Quando seu filho Bobby (Ryan Kelley) revela ser gay, ela imediatamente leva o filho para terapias e cultos religiosos com o intuito de “curá-lo”. No entanto, Bobby não suporta a pressão e se atira de uma ponte, encerrando sua vida aos 20 anos de idade. Depois desse fato, Mary descobre um diário do garoto e passa a conhecer melhor o mundo dos homossexuais, tornando-se, logo, uma ativista em prol dos diretos gays. Baseado em uma história real.